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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Guerra e corrupção da administração pública de Santo Antônio do Descoberto chama a atenção do Brasil

Quando a cidade mais precisava, o prefeito some, foge, nao demostrando hombridade nem respeito pelo povo de Santo Antônio. Ao contrario do prefeito, o Padre saiu em defesa do povo. Será Lamentavel se o mesmo episódio se alastrar para os municipios do entorno.
Passadas pouco mais de oito horas dos protestos que levaram a população a depredar prédios públicos e entrar em confronto com a Polícia Militar, todas as repartições da Prefeitura de Santo Antônio do Descoberto (GO, a 50 km de Brasília e a 175 km de Goiânia) permaneciam fechadas.

Alvo da fúria dos moradores, o prefeito David Leite não era encontrado na tarde desta segunda, e secretários municipais também deixaram o trabalho.



Padre abriga manifestantes em igreja durante protesto em Santo Antônio do Descoberto
O padre atravessou a praça principal convocando as pessoas para se concentrarem na igreja e evitarem o confronto com os policiais.



Na sede do Executivo, que teve as vidraças apedrejadas, somente uma funcionária dava plantão e não sabia informar o paradeiro do prefeito. “Deve ter se mandado para Goiânia, ou está escondido em alguma fazenda”, disse a servidora ao G1.

No começo da manhã desta segunda, manifestantes descontentes com a qualidade dos serviços públicos e as condições das estradas no município realizaram um protesto bloqueando o principal acesso ao município. Eles atearam fogo a um ônibus, que ficou completamente destruído. O policiamento precisou do reforço de policiais da tropa de choque, enviados de Goiânia e que entraram em confronto com os moradores.
O comandante da Polícia Militar na cidade, Antonio Flávio de Lima, conversou, por telefone, com o prefeito. “Ele está preocupado com a família, com o pai e a mãe que ficaram na casa dele”, relatou Lima.

Segundo o comandante, a ação policial não pode ser considerada abusiva. “Os policiais ficaram feridos no confronto com a população e só agiram em legítima defesa. Se houve caso de abuso, a população deve denunciar ao Ministério Público. Agora, entre ser julgado por sete [pessoas] ou ser carregado [no caixão] por seis, prefiro me defender a morrer”, afirmou o comandante.

Depois do conflito, a principal avenida da cidade ficou coberta por lixo e cacos de vidro. Moradores ainda se aglomeram na frente da igreja, e o policiamento foi reforçado na frente da sede da prefeitura.

A Câmara de Vereadores também está fechada. Moradores relatam que, antes do conflito, a maioria dos dez vereadores integrava a bancada governista na Câmara. Com a revolta da população, somente um parlamentar teria permanecido fiel ao prefeito.

“Tem até um pedido de cassação contra o prefeito na Câmara. Antes, eles eram amigos. Agora só tem um do lado do prefeito”, diz o morador Fernando de Oliveira, 42 anos.






Quatro manifestantes foram presos e cinco ficaram feridos e foram levados para o hospital, atingidos por balas de borracha de policiais militares. Dois policiais militares também sofreram ferimentos. Um está no hospital e outro passa bem, após ter o capacete quebrado por uma pedra.

Quando manifestantes e soldados do pelotão de choque da Polícia Militar entraram em confronto, na manhã desta segunda-feira (24), na pequena cidade de Santo Antônio do Descoberto (GO), a 50 km de Brasília, o padre do Santuário de Santo Antônio, Marcelo Freitas, colocou-se entre as pedras dos moradores e as balas de borracha da polícia.

“Nunca tinha visto uma guerra, meu Deus do céu”, disse ele ao G1.

“Pedi negociação, pedi para conversar e dialogar com a polícia. Disse que se eles quisessem fazer algum ato que fosse agressivo e que fosse de direito do Estado, que não fosse dentro do terreno da igreja porque eu não dava essa autorização”, complementou padre Marcelo. (Assista ao vídeo acima).

Há cinco anos no comando do Santuário, padre Marcelo estava em casa e preparava-se para tomar o café da manhã, quando moradores bateram no seu portão pedindo socorro.




“Estava me preparando para tomar o café e visitar algumas comunidades quando ouvi os gritos de socorro. Aí alguns moradores se acolheram na minha casa e eu corri para abrir a igreja. Só que era tanta gente que não coube dentro da igreja”, relata.

As imagens do padre, vestido de preto [batina preta], correndo para abrir a igreja foram exibidas durante todo o dia na televisão. Questionado sobre a atuação, padre Marcelo disse que não é a primeira vez que a sua paróquia vira notícia. “Quando me proibiram de tocar os sinos da igreja, também foi assim.”

O padre se refere ao episódio em que a Justiça emitiu uma determinação proibindo a igreja de tocar o sino para chamar a população para a missa.

“É que, antigamente, nós celebrávamos duas missas por domingo. Aí, esse número subiu para oito missas, e o sino começou a incomodar algumas pessoas”, relembra o padre.
 



  FONTE: G1
G1

JN








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