Equipe do Governo de Goiás avaliou ruas para detectar problemas relatados pela população
Depois da grande manifestação dos moradores de Santo Antônio do Descoberto (GO) na manhã dessa segunda-feira (24), o prefeito da cidade, David Leite, se reuniu com o governador do estado de Goiás, Marconi Perillo, que determinou que uma equipe da Agência Goiânia de Obras Públicas fosse à cidade para fazer uma inspeção nas ruas e a fim de detectar os problemas apontados pelos moradores. O trabalho foi feito na tarde ontem (25). Um relatório com a real situação deverá ser enviado ao governador do estado, para que possa liberar os recursos para o recapeamento das vias e reconstrução das pontes.
Diante do caos que tomou conta da cidade, na tarde de ontem, David Leite disse que nos próximos dias irá marcar uma audiência pública com os governadores de Goiás e do Distrito Federal, para explicar a situação da cidade e avaliar o que cada um pode fazer para socorrer o município. O prefeito alegou que assumiu a cidade totalmente endividada e que a maior parte dos recursos que entram no cofre da prefeitura é destinada a pagar dívidas da gestão anterior.
Protesto
A manifestação teve início por volta das 5h de segunda-feira, quando duas mil pessoas fecharam a principal via da cidade. Na ocasião, eles impediram a entrada e saída de veículos. O protesto aconteceu devido aos graves problemas na cidade instalados em todos os setores, como saúde e transporte público, que é monopolizado pela empresa Taguatur Transportes. Os moradores atearam fogo em pneus, troncos e até em ônibus – dois foram incendiados e 20 foram depredados. Os manifestantes ainda apedrejaram a Câmara Municipal de Vereadores, que teve os vidros quebrados.
Padre acolhe manifestantes na paróquia da cidade
O Padre Marcelo Vieira estava em sua residência quando foi acordado com o som de uma bomba estourando perto de sua casa. Ao abrir o portão, viu um policial espancado um jovem morador da cidade. Ele conta que ficou apavorado e acabou dando abrigo para os manifestantes que estavam próximos. Não contente com o que via, o religioso foi até a praça da igreja, onde acontecia o confronto entre policiais e manifestantes, e abriu as portas da paróquia para acolher os manifestantes. “Naquele momento procurei o comandante responsável pela operação, e disse que ali era terra sagrada e que ninguém iria encostar a mão em ninguém. Um policial educadamente conversou comigo, e disse que queria entrar em um acordo com os manifestantes. Antes de ele concluir, outro policial disparou uma bomba de efeito moral, e o estilhaço do artefato acertou outro padre, que foi ferido na altura da cintura”, disse.
Segundo o padre, a ação da polícia foi irresponsável e não havia necessidade de usar um armamento tão pesado. “A manifestação foi o grito de um povo que não aguentava mais ver tanto descaso da prefeitura, eles apenas se uniram em protesto para que o Estado não fique omisso diante do descaso”, defende.
Revolta dos moradores
Dona Marilene Alves é moradora da cidade há 33 anos. O desespero dela mostra a aflição de um povo que não suporta o descaso do governo diante das mazelas da cidade. Ela é moradora do bairro Jardim Alá, onde caiu uma ponte há sete anos, e até hoje nunca foi reconstruída. “Depois que a ponte caiu, levo em torno de meia hora para chegar em casa.Antes era bem mais simples, bastava atravessar a ponte”, reclama.
Ainda na tarde de ontem, Marcelo Ferreira Lopes (foto), 31 anos, esteve no Ministério Publico do Estado de Goiás para entrar com uma ação contra um policial militar que lhe deu um tapa no rosto na hora da manifestação. Ele contou que não fazia parte do grupo que protestava, e foi até o local para buscar o pai que é funcionário da prefeitura. Marcelo é deficiente físico e só anda com ajuda de bengalas. “Um dos policiais da tropa de choque atirou uma bomba de efeito moral. Eu abaixei e peguei o artefato que já havia estourado. O policial veio para cima de mim, gritando: ‘O que você pegou? Me dá, me dá!’. Nesse momento soltei a bomba , ele veio e me deu um tapa”, explica.
Sindicato
Segundo Francisco Chagas Fernando da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Servidores públicos de Santo Antônio do Descoberto (Sindsad), 80% do asfalto da cidade está comprometido, e só o recapeamento não adianta mais. Ele explica ainda que o único hospital existente na cidade está em condições precárias. “Os 18 postos do programa Saúde da Família não têm médicos, e quando tem, atendem apenas uma vez por semana”.
A falta de escolas também é um grave problema da região. Apenas 20 escolas atendem a cerca de 12 mil alunos na cidade. A última a ser construída foi entregue em 2006.
Morte
Durante a manifestação, uma gestante perdeu o filho, impedida de sair da cidade. A barricada impediu a ambulância de passar. O veículo tinha que encaminhar Daiane Rodrigues para um dos hospitais do DF, pois o parto era de risco. Mas Daiane chegou ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC) já com o bebê morto na barriga.
Ação contra o prefeito
A promotoria de Justiça da cidade entrou com três ações de responsabilização por ato de improbabilidade administrativa contra o prefeito David Leite, pedindo que ele faça o ressarcimento dos danos à comunidade. A ação exige que Leite deixe a função e tenha os direitos políticos suspensos por até cinco anos.
A cidade e a mesma praça em que houve a guerra já foi palco de fé e de alegria
Agetop faz levantamento dos problemas em Santo Antônio do Descoberto | ||
Dois engenheiros da Agência Goiana de Transportes e Obras - Agetop fazem, na tarde de hoje, o levantamento da situação do pavimento das vias urbanas de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal. Um outro engenheiro, especializado em pontes, esteve no município na manhã de hoje. Ele foi avaliar que tipo de intervenção pode ser feita para recuperar a ponte sobre o Córrego Capoeirinha, que liga dois bairros da cidade. Os dados vão compor um relatório completo da situação em que se encontra a infraestrutura de transportes de Santo Antônio do Descoberto. O material será, em seguida, entregue ao governador Marconi Perillo, que vai decidir o tipo de ajuda e quanto o Estado poderá destinar à cidade, para ajudar na resolução rápida dos problemas enfrentados pela população. Mais informações: (62) 3265-4016 ou 3265-4291 FONTE: | ||
1 comentários:
muito legal ver santo antonio na net,so faltou a matriz ta mais bem cuidada como a de Formosa....beijo a todos...sua bençaõ Padre Marcelo.
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