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terça-feira, 30 de março de 2010

Infanticídio indígena

Pesquisador discute infanticídio indígena à luz da Bioética

Prática comum em algumas comunidades indígenas
não pode ser considerada como crime, pois faz parte da cultura tradicional
Da Secretaria de Comunicação da UnB



O tema do infanticídio indígena foi objeto da dissertação de Saulo Ferreira Feitosa, mestre em Ciências da Saúde com a pesquisa Pluralismo Moral e Direito à Vida: apontamentos bioéticos sobre a prática do infanticídio em comunidades indígenas do Brasil. O autor promove uma discussão bioética sobre uma prática tradicional. Ele defende a autonomia dos povos indígenas e explica que qualquer intervenção nos costumes tradicionais deve considerar a cultura de cada povo. “A dissertação não defende o infanticídio, mas a legitimidade da autonomia desses povos”, diz Saulo.

“Para que haja o infanticídio, é preciso que haja nascimento. Infanticídio é uma categoria da sociedade branca que se refere ao ato de matar uma criança”, afirma. Segundo o pesquisador, os eventos que ocorrem entre os povos indígenas não podem ser equiparados ao que acontece na sociedade ocidental. “O que acontece nas comunidades indígenas são ‘interditos de vida’ antes que o nascimento ocorra, já que o nascimento em alguns povos é cultural”, explica. Para algumas comunidades, o fato de nascer biologicamente não significa ter nascido. “Para o indígena, o nascimento não é biológico, é social”, afirma Volnei Garrafa. Professor e pesquisador explicam que o ato de nascer não está vinculado ao parto. Logo, não se pode considerar o interdito como morte.

Há no Brasil, pelo menos 240 povos indígenas catalogados. Destes, cerca de oito praticam o “interdito de vida”. Normalmente, são comunidades mais afastadas, que têm pouco ou nenhum contato com a sociedade branca. O pesquisador propõe a discussão do tema sob uma ótica científica e defende que essa prática só pode ser interrompida a partir de uma intervenção que respeite a identidade de cada povo. “Intervenção é diferente de intromissão. Por meio de políticas públicas de assistência ao indígena e de discussão de direitos humanos, é possível promover o fortalecimento de aspectos que reforcem os mecanismos de proteção à criança dentro da comunidade”, defende Saulo.

“Bioética é a ética aplicada”, diz Volnei Garrafa quando explica que a dissertação conseguiu dar uma resposta concreta a uma questão que é julgada sob um ponto de vista ocidental. A partir da Bioética de Intervenção, a corrente escolhida por Saulo para abordar o tema, qualquer interferência feita nas comunidades indígenas deve respeitar as tradições dos povos. O pesquisador defende a autonomia da prática de tradições indígenas. “Cabe a cada povo definir os rumos de seus hábitos e costumes”, diz.

Volnei explica a importância de perceber as diferenças culturais entre as leis e práticas ocidentais e as dos povos indígenas. “É preciso perceber as nuances, considerar o pluralismo cultural”, afirma. Saulo conta que algumas “intromissões” feitas por pessoas de fora da comunidade tiveram resultados desastrosos, como rejeição e até morte de crianças.

Um caso publicado pelo Conselho de Medicina de São Paulo descreve a “intromissão” de um médico num caso de gravidez de gêmeos. Segundo o costume do povo, por uma questão de cosmologia, só o gêmeo “do bem” deveria sobreviver. Um dos gêmeos, o “do mal”, deveria ser sacrificado. "Os gêmeos seriam o sol e a lua. E o sol e a lua não podem conviver”, explica Saulo. Para evitar a morte de uma das crianças, o médico omitiu da mãe que ela tinha dado à luz a duas crianças e entregou a ela apenas uma. A outra seria cuidada por um funcionário contratado. A mãe ficou sabendo do que aconteceu a sacrificou a criança que estava com ela. A sobrevivente retornou à tribo e ficou aos cuidados da avó materna, sendo rejeitada por todos os seus pares.

A partir de 2005, grupos de religiosos evangélicos começaram a levantar a discussão sobre o infanticídio, alegando que deveria haver leis específicas para punir esse tipo de prática dos povos indígenas. Em 2007, a Lei Muwaji foi proposta pelo Deputado Henrique Afonso (PT/AC), sugerindo “o combate a práticas tradicionais nocivas e à proteção dos direitos fundamentais de crianças indígenas, bem como pertencentes a outras sociedades ditas não tradicionais”.

O infanticídio já existe no código penal e os indígenas estão submetidos à legislação brasileira. “Não tem cabimento uma lei elaborada especificamente para os indígenas”, diz Saulo Feitosa. Em sua pesquisa, ele procurou legitimar as práticas tradicionais de grupos indígenas, conferindo-lhes o direito de autonomia, uma vez que suas tradições não se originam dentro da sociedade ocidental, não sendo possível sujeitá-las à ética e à moral dessa sociedade.


Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada.
Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
Fonte: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=2987

Guerra al cristianismo. Una agresión al Papa y a la democracia


Por Marcello Pera - SIC

el 28 de Marzo de 2010



Por su especial interés damos a conocer a nuestros lectores una lúcida carta de Marcello Pera al director del periódico Corriere della Sera, publicada el 17.03.2010. Pera es senador de la República Italiana y profesor de filosofía, no es católico.
Escribió diversos libros sobre la identidad cristiana de Europa, entre los que [...]

O escândalo dos abusos sexuais contra menores e O rigor de Bento XVI contra a sujidade na Igreja

Curar as feridas e reconstruir a confiança traída

Escrito por
GIUSEPPE VERSALDI

Alguns esclarecimentos são oportunos
a propósito dos abusos sexuais
contra menores que, no
passado, foram cometidos por pessoas
pertencentes ao clero católico e que
agora, especialmente em certos países,
vêm à luz com grande evidência através
de muitos meios de comunicação.
Em primeiro lugar, é preciso reiterar a
condenação sem reservas destes gravíssimos
delitos, repugnantes à consciência
de quem quer que seja. Além disso,
se estes crimes são cometidos por pessoas
que desempenham um papel na
Igreja – pessoas sobre as quais é depositada
uma confiança especial por parte
dos fiéis e particularmente das
crianças – então o escândalo torna-se
ainda mais grave e execrável. Justamente,
a Igreja não tenciona tolerar
qualquer incerteza acerca da condenação
do delito e do afastamento do ministério
de quem resulta ter-se manchado
com tanta infâmia, juntamente
com a justa reparação em relação às
vítimas.
                                              Leia mais >>

Fonte: http://www.vatican.va/news_services/or/or_por/013p01.pdf
Outras informações: http://www.vatican.va/news_services/or/or_por/index.html

segunda-feira, 29 de março de 2010

Carta aos católicos da Irlanda


No dia 19 de março de 2010, o Papa Bento XVI escreveu aos católicos irlandenses. O assunto da carta: pedofilia.

(...) como muitos no vosso país revelaram, o problema do abuso dos menores não é específico nem da Irlanda nem da Igreja. Contudo a tarefa que agora tendes à vossa frente é enfrentar o problema dos abusos que se verificaram no âmbito da comunidade católica irlandesa e de o fazer com coragem e determinação. Ninguém pense que esta dolorosa situação se resolverá em pouco tempo. Foram dados passos em frente positivos, mas ainda resta muito para fazer. É preciso perseverança e oração, com grande confiança na força restabelecedora da graça de Deus.


Fonte: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/letters/2010/documents/hf_ben-xvi_let_20100319_church-ireland_po.html




 

HOJE É O DIA

É HOJE, DIA 29, 
O ANIVERSÁRIO DE NOSSA DIOCESE



DIOCESE DE LUZIANIA

Parabéns também para seminarista Rodrigo,
2º de filosofia.

quarta-feira, 24 de março de 2010

QUE TAL BRINCAR UM POUCO?

domingo, 21 de março de 2010

SAGRAÇÃO EPISCOPAL DE MONSENHOR WALDEMAR PASSINI DALBELLO - SOLENIDADE DE SAO JOSÉ

O episcopado brasileiro recebe o seu mais novo bispo, Dom Waldemar Passini Dalbello. Eleito pelo Papa Bento XVI bispo auxiliar da arquidiocese de Goiânia. Dom Waldemar tem 43, nascido em Anápolis (GO), em seis de junho de 1966, sua ordenação sacerdotal ocorreu em três de dezembro de 1994. A sagração de Dom Waldemar aconteceu no santuário, basílica do Divino Pai Eterno em Trindade – GO às 19h do dia 19 de março.
 Padre Waldemar Passini Dalbello, do clero da arquidiocese de Brasília (DF), atualmente reitor do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney de Goiânia foi nomeado bispo auxiliar na arquidiocese de Goiânia (GO).



Diácono Flavio Luiz


 Frente do Santuário do Divino Pai Eterno, Trindade/GO


Seminaristas Wesley (esquerda) e Geison (direita)

 
Bispos reunidos

 

A Santa Celebração, transmitida em Rede Nacional pela TV Aparecida

 
Presbitério do Santuário


 
Dom Waldemar abençoa o povo de Deus

Saída da procissão


Dom Waldemar


Dom Waldemar

O carinho dos amigos


O Brasão

O Santuário

O santuário é um lugar sagrado, é um ambiente onde Deus se comunica com os homens; é a morada de Deus, que expressa e identifica o próprio Senhor. O santuário tem um sentido profundo em nossa vida. Ele nos propicia um convívio mais com Deus e com os outros. O Santuário do Divino Pai Eterno é essa casa, esse pedacinho do céu aqui na terra, no coração do Brasil, que acolhe e revela de maneira singular o amor misericordioso do Pai a cada filho, a cada filha que aqui chega.






VI PEDRA VIVA










 Julio César e Margô
julioepv7@gmail.com
 
  (61) 8502-7276

sábado, 20 de março de 2010

VEM E SEGUE-ME

JOVEM,
VOCE DESEJA PARTICIPAR DOS NOSSOS ENCONTROS VOCACIONAIS?
VEJA A DATA DOS ENCONTROS ABAIXO



quinta-feira, 18 de março de 2010

A NOSSA CONSCIÊNCIA POLÍTICA



Falar em política, em tempo de eleições pode ser muito taxativo, ou seja, chover no molhado ou também correr o risco de dizer as mesmas coisas acostumadas a falar e ouvir nas nossas conversas diárias, não se referindo ao seu sentido científico e descrevendo-a no sentido pejorativo, dado pelas pessoas desencantadas diante da corrupção e da violência, associando à “politicagem”.
 
Lembramos que com o nascimento da moeda, da escrita e da lei escrita na Grécia Antiga (séc.VIII a VI a.C.), berço da nossa civilização ocidental, surge também a polis (cidade) e a originalidade da cidade grega é que ela está centralizada na ágora (praça pública), espaço onde se debatem os problemas de interesse comum. A origem do público e do privado, do ideal de justiça não dizendo respeito apenas ao indivíduo e aos interesses da tradição familiar, mas à atuação da comunidade.

Portanto, o cidadão participava do destino da cidade por meio do uso da palavra em praça pública, mudando o destino da polis e surgindo uma nova concepção de poder. Isso pode parecer distante da nossa realidade, pois o que conseguimos evoluir, não pense que já é o suficiente para dizermos um basta a tudo. Queremos uma nova direção, tomar rumos idealistas entre Estado e governo, como luta pelo poder, pois discutir política é referir-se ao poder, embora sejam inúmeras as interpretações a respeito do conceito de poder, classificando-o como uma relação pelas quais indivíduos interfiram na atividade de outros indivíduos.

Diz Gerard Lebrun: “Se numa democracia, um partido tem peso político, é porque tem força para mobilizar certo número de eleitores. Se um sindicato tem peso político, é porque tem força para deflagrar uma greve. Assim, força não significa necessariamente a posse de meios violentos de coerção, mas de meios que permitam influir no comportamento de outra pessoa. Em suma, a força é a canalização da potência, é a sua determinação.”.

A palavra democracia vem do grego demos (“povo”) e kratia, de krátos (“governo”, “poder”, “autoridade”). Os atenienses são os primeiros povos a elaborarem teoricamente o ideal democrático, dando ao cidadão a capacidade de decidir os destinos da pólis (cidade-estado grega).  Esse ideal sempre apareceu na história, com mascaras diferentes, ora com governantes liberais, ora por utópicos, ora nos ideais socialistas e anarquistas.

Por isso é mais que importante que na sociedade haja mecanismos que permitam a ampla extensão da educação, da discussão, da politização das pessoas, que devam deixar o vício da cidadania passiva, do individualismo, para se tornarem conscientes da coisa pública. Do nosso lugar ao sol, da busca de ideais que realmente valorizam a existência do outro, não como massa ingênua, mas como seres pensantes que viabilizam a proximidade de padrões econômicos satisfatórios para todos.  

Geison Resende Martins
internauta participante

quarta-feira, 17 de março de 2010

ELE NOS ENSINA A AMAR

 


 “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus...” (I Jo 4, 7). Assim o apóstolo João, implicitamente, nos faz uma importante revelação: que só saberemos amar a medida que buscarmos e aprendermos este amor que de Deus provém, liberta, não condiciona e nos faz ver no nosso irmão a presença da centelha Divina.
 
Isso é possível, à medida que nossa comunhão com Deus é estabelecida, assim, revestidos pela fé  veremos no outro a pessoa de Jesus, que recebemos na Santa Eucaristia. Mas, por que ainda há em nós, resistência a viver esse amor?  Por que não amamos ao nosso próximo incondicionalmente?  Infelizmente, essa é uma constatação!
 
O amor superficial existe entre nós cristãos: todas as vezes que proferimos uma palavra que entristece alguém; quando julgamos erros e acertos; quando privilegiamos uma ou outra amizade; quando acolhemos um irmão e na convivência passamos a observar defeitos e qualidades... e em muitas outras situações.
 
Miremo-nos sempre no exemplo de Jesus, que amou a todos sem distinção, não condenou, nem julgou,  ao contrário, teve sempre misericórdia acolhendo com amor os pecadores. Que Deus tenha misericórdia de todos nós, pecadores, para que saibamos aprender a amar verdadeiramente, tal qual Ele nos amou. Ele que é o próprio amor. Amém. 


 Selma B. Silva
internauta participante


terça-feira, 16 de março de 2010

Infanticídio. Já ouviu falar?



Infanticídio entre as populações indígenas. Campanha humanitária ou renovação do preconceito?








Diácono Fabrício Araújo dos Santos apresentou aos seminaristas do Seminário Maior de Brasília um pouco de sua experiência e estudos durante a Missão Roraima.  Assim chamada porque é uma parceria entre a Arquidiocese de Brasília e a Diocese de Roraima. O Diácono Fabrício foi um dos pioneiros da Missão Roraima, fez parte da primeira equipe missionária nov/2007  a  fev/2010. Outro seminarista que o acompanhou foi o Diácono Alex Novais de Brito, também do Seminário Maior de Brasília.
 
O Diácono Fabrício apresentou que:
      Os meios de comunicação têm dado grande visibilidade ao tema do infanticídio entre as populações indígenas. Tais notícias foram em grande parte inspiradas em alguns sites sediados na Internet, que se apresentam como integrantes de uma suposta campanha pró-vida.
      Neles se informa que o infanticídio seria uma prática corrente entre os indígenas do Brasil, embora apenas façam referências específicas a 12 (dos mais de 220 povos indígenas existentes no país).





      O seu objetivo seria de alertar a opinião pública de que o Estado Brasileiro estaria sendo omisso.
      As menções a elevados valores morais e a defesa de conquistas da humanidade não seriam forma de ocultar mais uma investida contra os indígenas?
      Não seria mais uma tentativa de criminalização das coletividades indígenas?


      As mais repressivas e letais ações praticadas contra os índios da América sempre pretenderam ser justificadas por causas nobres, valores humanitários e princípios universais.
      Implícita há a suspeita de uma natural perversão e irracionalidade dos indígenas.


      Sabe-se que práticas de infanticídio entre os indígenas são virtualmente inexistentes no Brasil atual, como logo vieram a esclarecer a FUNAI e os antropólogos. São raros os casos onde exista informação etnográfica confiável ou consistente sobre tais fatos.
      Stephen Corry, em lúcido relato colocado no site www.survival-international.org/informacao/hakani e disponibilizado também pela ABA (vide www.abant.org.br), mostra como o vídeo “Hakani”, colocado no You Tube e visitado por milhares de pessoas, não é um registro documental proveniente de uma aldeia indígena, mas sim o resultado de uma absurda encenação realizada por uma entidade fundamentalista norte-americana. 


      Esta organização teria também a finalidade de angariar recursos para as iniciativas daqueles missionários.
      Um cenário real não seria de crueldade ou irracionalismo.
      Nas poucas ocasiões em que foram noticiados fatos que parecem indicar efetivamente o abandono ou a morte de crianças indígenas isto se dava como resposta a um infortúnio ou desgraça muito maior, que ameaçava atingir aquela pessoa, a sua família e a sua comunidade.
      O que o relato dos antropólogos e a literatura de viagem têm evidenciado à sociedade é a existência de uma enorme preocupação entre os indígenas com a formação e o bem estar (físico e moral) de jovens e crianças.


      As tentativas de manipulação da opinião pública não levam, contudo em consideração tais fatos, corriqueiros para os especialistas e os que lidam profissionalmente com a temática (educadores, missionários, médicos e indigenistas).
      Tal intervenção pode resolver problemas de consciência de algumas pessoas, mas decididamente cria outros. Pior ainda, contribui para estimular uma visão negativa, ultrapassada e mesmo racista desse segmento da população brasileira.
       A relação de carinho e proteção dos povos indígenas com seus filhos despertou a atenção dos primeiros colonizadores. O jesuíta Fernão Cardim, que chegou ao Brasil no ano de 1583, assim escreveu ao referir-se aos índios Tupinambá: “amam os filhos extraordinariamente (...) e não lhes dão nenhum tipo de castigo”.


 
      É possível imaginar a surpresa causada aos portugueses os bons costumes indígenas em cuidar bem de seus filhos, pois na Europa os costumes eram bem diferentes. As crianças, em geral, eram submetidas a castigos humilhantes e espancamentos. Além do mais, era grande o número de recém-nascidos jogados pelas ruas das cidades e lugares ermos que acabavam por morrer sem socorro. Em razão disso, no ano de 1675 foi fundada em Lisboa a casa dos expostos para acolher os filhos enjeitados.
      Pesquisas históricas, referentes aos séculos XVIII e XIX, confirmam o abandono e morte de crianças, em larga escala, também no Brasil, nas cidades mais populosas de então, a exemplo do Rio de Janeiro, Salvador e Recife. De acordo com a historiadora Alcileide Nascimento, “foram os portugueses que introduziram esse costume na vida colonial, pois entre os povos indígenas e africanos não existe registro de que fosse uma prática recorrente”.
        Somente a partir do terceiro século do período colonial a problemática da criança passou a ser enfrentada pela administração pública no Brasil. Antes disso, parecia haver certa “naturalização” das práticas de abandono dos recém-nascidos




      Essas referências históricas contestam a idéia do infanticídio enquanto prática tradicional nociva dos povos indígenas, como pretende o deputado Henrique Afonso, em Projeto de Lei de sua autoria (PL 1057/2007).
      Os povos indígenas, paradoxalmente denominados selvagens, uma maneira preconceituosa de a eles nos referirmos, nos ensinam que lugar de criança é na aldeia, no seio da família, aonde o menor é bem amparado.
 

      O problema dos povos indígenas no Brasil não é o infanticídio, mas sim ter suas terras cobiçadas e invadidas, enfrentarem um violento cerco de áreas de que necessitam para assegurar a sua continuidade física e cultural, sofrerem com as várias formas de violência que resultam deste processo. 







FONTES:
www.cimi.org.br
arquivo pessoal do Diácono Fabrício
 






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