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terça-feira, 16 de março de 2010

Infanticídio. Já ouviu falar?



Infanticídio entre as populações indígenas. Campanha humanitária ou renovação do preconceito?








Diácono Fabrício Araújo dos Santos apresentou aos seminaristas do Seminário Maior de Brasília um pouco de sua experiência e estudos durante a Missão Roraima.  Assim chamada porque é uma parceria entre a Arquidiocese de Brasília e a Diocese de Roraima. O Diácono Fabrício foi um dos pioneiros da Missão Roraima, fez parte da primeira equipe missionária nov/2007  a  fev/2010. Outro seminarista que o acompanhou foi o Diácono Alex Novais de Brito, também do Seminário Maior de Brasília.
 
O Diácono Fabrício apresentou que:
      Os meios de comunicação têm dado grande visibilidade ao tema do infanticídio entre as populações indígenas. Tais notícias foram em grande parte inspiradas em alguns sites sediados na Internet, que se apresentam como integrantes de uma suposta campanha pró-vida.
      Neles se informa que o infanticídio seria uma prática corrente entre os indígenas do Brasil, embora apenas façam referências específicas a 12 (dos mais de 220 povos indígenas existentes no país).





      O seu objetivo seria de alertar a opinião pública de que o Estado Brasileiro estaria sendo omisso.
      As menções a elevados valores morais e a defesa de conquistas da humanidade não seriam forma de ocultar mais uma investida contra os indígenas?
      Não seria mais uma tentativa de criminalização das coletividades indígenas?


      As mais repressivas e letais ações praticadas contra os índios da América sempre pretenderam ser justificadas por causas nobres, valores humanitários e princípios universais.
      Implícita há a suspeita de uma natural perversão e irracionalidade dos indígenas.


      Sabe-se que práticas de infanticídio entre os indígenas são virtualmente inexistentes no Brasil atual, como logo vieram a esclarecer a FUNAI e os antropólogos. São raros os casos onde exista informação etnográfica confiável ou consistente sobre tais fatos.
      Stephen Corry, em lúcido relato colocado no site www.survival-international.org/informacao/hakani e disponibilizado também pela ABA (vide www.abant.org.br), mostra como o vídeo “Hakani”, colocado no You Tube e visitado por milhares de pessoas, não é um registro documental proveniente de uma aldeia indígena, mas sim o resultado de uma absurda encenação realizada por uma entidade fundamentalista norte-americana. 


      Esta organização teria também a finalidade de angariar recursos para as iniciativas daqueles missionários.
      Um cenário real não seria de crueldade ou irracionalismo.
      Nas poucas ocasiões em que foram noticiados fatos que parecem indicar efetivamente o abandono ou a morte de crianças indígenas isto se dava como resposta a um infortúnio ou desgraça muito maior, que ameaçava atingir aquela pessoa, a sua família e a sua comunidade.
      O que o relato dos antropólogos e a literatura de viagem têm evidenciado à sociedade é a existência de uma enorme preocupação entre os indígenas com a formação e o bem estar (físico e moral) de jovens e crianças.


      As tentativas de manipulação da opinião pública não levam, contudo em consideração tais fatos, corriqueiros para os especialistas e os que lidam profissionalmente com a temática (educadores, missionários, médicos e indigenistas).
      Tal intervenção pode resolver problemas de consciência de algumas pessoas, mas decididamente cria outros. Pior ainda, contribui para estimular uma visão negativa, ultrapassada e mesmo racista desse segmento da população brasileira.
       A relação de carinho e proteção dos povos indígenas com seus filhos despertou a atenção dos primeiros colonizadores. O jesuíta Fernão Cardim, que chegou ao Brasil no ano de 1583, assim escreveu ao referir-se aos índios Tupinambá: “amam os filhos extraordinariamente (...) e não lhes dão nenhum tipo de castigo”.


 
      É possível imaginar a surpresa causada aos portugueses os bons costumes indígenas em cuidar bem de seus filhos, pois na Europa os costumes eram bem diferentes. As crianças, em geral, eram submetidas a castigos humilhantes e espancamentos. Além do mais, era grande o número de recém-nascidos jogados pelas ruas das cidades e lugares ermos que acabavam por morrer sem socorro. Em razão disso, no ano de 1675 foi fundada em Lisboa a casa dos expostos para acolher os filhos enjeitados.
      Pesquisas históricas, referentes aos séculos XVIII e XIX, confirmam o abandono e morte de crianças, em larga escala, também no Brasil, nas cidades mais populosas de então, a exemplo do Rio de Janeiro, Salvador e Recife. De acordo com a historiadora Alcileide Nascimento, “foram os portugueses que introduziram esse costume na vida colonial, pois entre os povos indígenas e africanos não existe registro de que fosse uma prática recorrente”.
        Somente a partir do terceiro século do período colonial a problemática da criança passou a ser enfrentada pela administração pública no Brasil. Antes disso, parecia haver certa “naturalização” das práticas de abandono dos recém-nascidos




      Essas referências históricas contestam a idéia do infanticídio enquanto prática tradicional nociva dos povos indígenas, como pretende o deputado Henrique Afonso, em Projeto de Lei de sua autoria (PL 1057/2007).
      Os povos indígenas, paradoxalmente denominados selvagens, uma maneira preconceituosa de a eles nos referirmos, nos ensinam que lugar de criança é na aldeia, no seio da família, aonde o menor é bem amparado.
 

      O problema dos povos indígenas no Brasil não é o infanticídio, mas sim ter suas terras cobiçadas e invadidas, enfrentarem um violento cerco de áreas de que necessitam para assegurar a sua continuidade física e cultural, sofrerem com as várias formas de violência que resultam deste processo. 







FONTES:
www.cimi.org.br
arquivo pessoal do Diácono Fabrício
 






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