Foi aberta nesta Quarta-feira de Cinzas, 17, em Brasília, a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010 (CFE), com o tema “Economia e Vida” e lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro (Mt 6, 24)”. O evento contou com a participação dos representantes das cinco Igrejas membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), responsável pela Campanha deste ano por ser ecumênica.
Durante a abertura, cada representante falou à imprensa presente sobre os objetivos centrais da Campanha. O secretário geral do Conic, reverendo Luiz Alberto Barbosa, destacou a importância da CFE para a sociedade, de modo especial com a temática tratada este ano. “Com esta Campanha queremos colaborar com uma economia a serviço da vida fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e das pessoas de boa vontade, tendo em vista uma sociedade sem exclusão”.
O representante da CNBB, no ato, o arcebispo de Montes Claros (MG), dom José Alberto Moura, leu a mensagem do sumo pontífice, o papa Bento XVI, para a CFE, na qual ele destaca a temática da campanha para a libertação das pessoas da escravidão do dinheiro. Em sua fala, dom Alberto, que é presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Interreligioso da CNBB, ressaltou a importância da Campanha Ecumênica para reforçar os laços que unem as Igrejas membros do Conic. “O ecumenismo nos faz testemunhar a fé em um único Deus, além de reforçar esses laços e indicar que todos somos os seus filhos; e nessa união, queremos nos colocar a serviço Dele”.
Questionado se a Campanha apresentará, durante o seu desenvolvimento, ao longo de 2010, um novo modelo de economia “mais solidário” do que o atual, o arcebispo de Montes Claros respondeu. “A economia não é algo odiado, porém é preciso atentar para o seu modo de usá-la e desenvolvê-la. Não fazemos uma crítica a uma pessoa ou governo, mas a uma mentalidade de concentração de renda e de colocar a economia como finalidade de vida em que poderíamos olhar mais a pessoa humana, principalmente as pessoas excluídas que devem ser mais consideradas”, frisou. Dom Alberto Moura falou ainda que a estrutura da Campanha não parte do econômico e ideológico, mas do Evangelho. “É justamente com o espírito da Quaresma que queremos colocar em discussão a economia que nos serve. Não vamos apresentar um novo modelo e derrubar o que está aí, mas queremos com esse tema dar mais razão à pessoa do que ao econômico”, completou.
“A temática da CFE-2010 nos coloca na posição de nos perguntarmos a quem, a rigor, queremos servir, se é a Deus ou ao dinheiro”, disse o presidente do Conic, o pastor sinodal, Carlos Augusto Möller, citando o lema da CFE. De acordo com ele, a frase bíblica representa uma inquietude de Jesus Cristo, sobre a escolha que devemos fazer também nos dias de hoje. “Sobre a discussão que vamos travar não só nas igrejas, mas também na sociedade, de modo geral, essa mesma inquietude de Jesus deve também ser discutida nos dias atuais, em que o lucro a todo o custo se sobrepõe à vida”, sublinhou.
O presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e moderador do Conselho Mundial de Igrejas, pastor Dr. Walter Altmann, disse que a campanha é favorável para que as pessoas participem de suas comunidades, com o objetivo de transformar o mundo, hoje, “marcado por tanta violência e tamanhas injustiças”.
Em diversas dioceses do Brasil foi lançada a Campanha da Fraternidade 2010, como ontem de manhã na Cúria Metropolitana de Maringá, pelo arcebispo metropolitano Dom Anuar Battisti. Pela terceira vez em 10 anos ela conta com a participação de outras cinco igrejas cristãs, além da Católica. “Essa é uma campanha para mexer com as bases da vida de todo o povo brasileiro, principalmente daqueles que têm mais”, considerou Battisti. Ele entende que os debates que acontecerão durante a Quaresma devem levar as pessoas a refletir e mudar o modo de agir com relação à economia e ética cristã.
O tema “Economia e Vida” e o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, de Mateus 6:24, foram escolhidos pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) para responder como as pessoas estão vivendo a fé em um contexto de miséria e fome, de falta de acesso à saúde, falta de moradias, precariedade no trabalho e insegurança.
O arcebispo esclareceu que essa é a terceira vez que a CF não é somente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e sim organizada pelo Conic, que congrega, além da Igreja Católica, as igrejas Luterana no Brasil, Episcopal Anglicana do Brasil, Presbiteriana Unida do Brasil, Sírian Ortodoxa de Antioquia e Evangélica de Confissão Luterana do Brasil.
Segundo ele, as campanhas são ecumênicas quando abordam assuntos de interesse de toda a comunidade. “Desta vez, o trabalho objetiva ajudar a sociedade a construir uma economia que esteja a serviço da vida”.
Battisti explicou que durante toda a Quaresma serão conhecidas experiências de economia solidária que estão dando certo em vários pontos do País. “A campanha é sempre um despertar, tem tempo para começar, mas não para terminar.
Fonte: http://www.odiariomaringa.com.br/noticia/235852
http://www.cnbb.org.br/site/campanhas/fraternidade/2070-campanha-da-fraternidade-quer-colaborar-com-economia-a-servico-da-vida-diz-secretario-do-conic
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